sexta-feira, 16 de março de 2012

A dicotomia ditador-homossexual, segundo o ditador da Bielorrúsia Alexander Lukashenko


Esse ser execrável chamado Alexander Lukashenko, conhecido por ser o ditador da Bielorrúsia e o dono do melhor bigode ditatorial desde que Saddam Hussein foi deposto, segundo a revista Moustache (a revista mais lida por quem usa bigode, nomeadamente ditadores, jogadores de futebol dos anos 80 e hipsters), disse aquela que pode ser a frase do ano: "Antes ditador, que homossexual", equiparando a condição de ditador a uma orientação sexual.


Esta frase foi utilizada para fazer passar o ditador bielorusso por uma besta intolerante e ignorante. O que é verdade. No entanto, vou dar-lhe o benefício da dúvida e partir do princípio de que as suas palavras revelam algo mais profundo do que uma incompreensão absurda do conceito de orientação sexual (não revelam, é só um exercício).


Na minha opinião, esta frase poderia então terminar de duas maneiras:


"Antes ditador que homossexual... acreditem! Eu sei do que falo. Fui homossexual durante 5 anos e foi por isso que me tornei ditador. Aquilo não era vida para ninguém. Sempre de ressaca, uma vida social imparável e horas incontáveis de pedicure... Ainda bem que deixei de ser homossexual... Não tenho saudades absolutamente nenhumas daquele tempo, nem do Joaquin, o panamiano cruel que despedaçou o meu coração. Foi-se embora depois de uma noite escaldante de paixão e de vãs promessas de amor eterno, como viria a descobrir depois. Nem um bilhete deixou. Ainda dizem que os ditadores são maus. Comparado com o que o Joaquin me fez, aquilo que eu faço ao povo bielorrusso é uma brincadeira de criança, uma criança com a alma ferida e que só faz o que faz para chamar a atenção. No fundo, só queria que gostassem de mim."


"Antes ditador que homossexual... Enfim... Eu digo isto, mas na verdade, às vezes questiono-me se não será melhor eu abandonar isto de ser ditador que só dá chatices, mudar de guarda-roupa, descobrir um novo amor (de preferência alto, musculado e africano), abrir um negócio de compotas biológicas em São Francisco e ir a manifestações... Talvez adoptar..."

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