segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Tive um acidente e fui parar ao site do Correio da Manhã


Li este comentário numa notícia do Correio da Manhã sobre o funeral de uma das vítimas da tragédia do Meco, onde fui parar por acidente (tropecei numa casca de banana, caí em cima do PC e ele abriu aquele site do nada):

"PARA A PRÓXIMA TENHAM MAS É MAIS JUÍZO E PRECAUÇÃO ANTES DE SE AVENTURAREM NO Q QUER Q SEJA:OLHEM Q A MORTE ANDA SP.À ESPREITA E NÃO BRINCA EM SERVIÇO;E NA MAIORIA DAS VEZES NEM DÁ TEMPO DE FUGA!É TUDO CÉLERE DEMAIS!"

Era o comentário mais votado, seja lá o que isso quer dizer em termos de democracia. Dizer que isto é o Cavaco dos comentários àquela notícia talvez seja uma descrição justa.

Esta ideia de aconselhar cautela a pessoas que estão dentro de um caixão só está ao alcance de alguém especial. Não sei se isto é mau gosto ou se é um caso extremo daqueles bons conselhos que vêm tarde demais. Se ao menos este cidadão preocupado e cauteloso estivesse lá naquela noite... É mau gosto. E estupidez, também.

Talvez isto se trate da inauguração de um novo grupo de carpideiras cuja função não é chorar em funerais mas fazer com que os mortos se sintam culpados pela sua própria morte. Conselhos inúteis que levam para o outro lado. Podemos debater a existência ou não de tal sítio, o que não podemos debater é que, mesmo que exista um outro lado, estes conselhos vão continuar a ser inúteis.

"Para a próxima não escrevas SMS enquanto conduzes"
 "Para a próxima evita entrar em edifícios que vão ser alvo de ataques terroristas"
"Para a próxima veste um casaquinho"
"Para a próxima não encaixes tão bem na vitimologia daquele perigoso serial killer"
 "Para a próxima come antes uma peça de fruta"

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